À Descoberta de Ansiães (em dia de S. Martinho)
O III Passeio BTT , "À Descoberta de Ansiães", prometia: primeiro, dada a proximidade com Vila Flor, o Clube tem já um bom grupo de sócios nesta vila; em segundo, porque as paisagens do concelho de Carrazeda são tão agrestes como bonitas; em terceiro, porque o planalto de Carrazeda debruça-se para o Douro e para o Tua, criando hipóteses ilimitadas de percursos interessantes em BTT, quer no grau de dificuldade, quer nas distâncias.
Pelos contactos havidos, esperava-se um bom grupo de atletas a representar o Clube de CVF, o que felizmente se verificou. Dos pouco mais de 60 participantes, 14 eram sócios. A organização pecou um pouco por falta de informação, pelo menos na que nos chegou a Vila Flor. Não conhecíamos o percurso, estando mesmo convencidos que seria nas encostas do Douro, quando o mesmo se veio a desenvolver, aqui bem mais perto, chegando mesmo a entrar em território da freguesia de Candoso.
O dia estava agradável, a vontade de pedalar era muita, e, com mais velocidade ou menos velocidade, fomos apreciando paisagens de Amedo, Zedes, Samorinha, Mogo de Ansiães, Mogo de Malta, Belver e Carrazeda de Ansiães.
O reforço esperava-nos em Zedes, a poucos quilómetros do início da prova. Teria sido preferível um pouco mais tarde, mas tal não deve ter acontecido por conveniência logística.
Em termos de dificuldade, destaco dois troços, ambos muito próximos dos Mogos. O primeiro desce dos 785 metros aos 500 metros de altitude, bem no coração de Vale Covo. Este vale, está rasgado entre Candoso e Mogo de Malta, paralelamente a outro vale, o Vale da Cabreira. A descida é muito acentuada, com um elevado grau de dificuldade, mesmo para os mais batidos no BTT. O percurso de volta ao planalto, em terrenos do Mogo de Malta, de novo aos 780 metros de altitude, exigiu grande esforço, mesmo para o jipe que teimava em manter-se no meio dos ciclistas(!). Um outro troço complicado, este de menor extensão, foi uma descida pela Calçada do Mogo, junto ao Santuário de Nossa Senhora da Saúde. Esta calçada fazia a ligação a Freixiel. Este troço deve ter sido incluído para levar os ciclistas a conhecer a calçada, o que me pareceu uma boa ideia. Pouco depois voltámos a subir para o Mogo.
Em termos de beleza e retirando as localidades, que bem gosto de visitar, mesmo que a correr, destaco quatro pontos: o primeiro fica logo depois da zona industrial, na descida para o Amedo, à esquerda. Percorremos um trilho por debaixo de folhas douradas de castanheiros, intercalando com uma vista magnífica para o Pombal de Ansiães, avistando-se mais longe Nossa Senhora da Cunha. O segundo, a encosta depois de Zedes, passando pela Anta (conhecida por Casa da Moura), que nos levou ao ponto mais alto de todo o percurso, na Samorinha (813 metros). O terceiro, foi a descida ao Vale Covo. Quer na descida, quer na subida, do outro lado do vale, a paisagem era digna de provocar o abandono da prova só para ficar a gozar a beleza da natureza. O quarto e último ponto, foi o curto percurso na Calçada do Mogo. Para além do interesse que a calçada tem, só por si, ali abaixo estava um vale único, o Vale da Cabreira, com o Pé-de-Cabrito, a Quinta-do-Pobre e Freixiel, ao fundo, em animado magusto, com exibição do rancho folclórico.
Depois de um reconfortante banho nos balneários da piscina coberta, foi a hora de recuperar as energias no restaurante O Vinhateiro. Ninguém mais se lembrou das dificuldades. Ninguém se magoou e todos estavam satisfeitos com as respectivas prestações. As conversas giraram também em volta do novo equipamento do Clube, que teria permitido uma bela imagem nesta prova. Está para breve.
Em termos pessoais, gostei da prova. Achei exagerada a dificuldade de alguns troços do percurso, até porque havia um bom grupo de ciclistas muito jovens. Uma melhor escolha no restaurante também não tinha sido má.
Aníbal Gonçalves
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